A Federação Nacional dos Auditores de Controle Interno (Fenaud), representada pelo presidente, Rudinei Marques, marcou presença no “Café da manhã com parlamentares”, evento realizado no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, na última terça-feira, 21 de março. Na oportunidade, foram debatidas pautas prioritárias para este início de Legislatura e estratégias de atuação no Congresso Nacional.
Durante o evento, Marques falou sobre a necessidade de regulamentar a Convenção 151 da OIT e de avançar nas discussões sobre o mandato classista com ônus para a Administração, visando à sobrevivência da representação sindical. “As grandes empresas já liberaram sem ônus para as entidades. Temos que pensar imediatamente nisso, dentro de um limite para que não haja abusos. É necessário e urgente. Também é urgente a retomada do projeto para regulamentação da negociação coletiva no serviço público”, afirmou, ao relembrar o trabalho feito pela aprovação do PL 3831/2015, que foi alvo de veto pelo governo Temer.
A deputada federal Érika Kokay, umas das parceiras do evento, ressaltou que, após anos de enfrentamento e resistência a projetos de destruição do Estado, é hora de erguer novas estruturas. “Precisamos ter condições para fazer mudanças estruturantes. Essa negociação do reajuste foi a mais rápida da nossa história, mas precisamos ter na nossa legislação a obrigatoriedade das negociações permanentes, das negociações anuais. Vamos retomar o trabalho para derrubar o veto.”
DEFASAGEM DE SERVIDORES
Outro ponto destacado pelo presidente da Fenaud foi o impacto da defasagem de servidores em áreas estratégicas para o Estado. “Tivemos agora o caso do trabalho escravo em vinícolas e em plantações de arroz no Rio Grande do Sul. Porque temos mais equipes de fiscalização? Simplesmente porque não tem servidores, já são dez anos sem concurso. Então, precisamos pensar imediatamente na recomposição das capacidades estatais’’, afirmou.
LUTAS DE MARÇO
Na ocasião, os presentes também relembram a importância da luta pela igualdade de gênero e de raça no serviço público, em atenção ao Dia e Internacional da Mulher, 8 de março, e ao Dia de Combate à Discriminação Racial, 21 de março.
“Minha fala é para lembrar das mulheres que não puderam vir. É para lembrar das vítimas do trabalho escravo, da violência doméstica, da violência urbana. Só com o serviço público fortalecido poderemos, por meio de políticas eficientes, proteger essas mulheres”, pontuou a presidente da Anesp, Elizabeth Hernandes.
Marques, por sua vez, defendeu a importância do combate à discriminação racial e a defesa da política de cotas “ Infelizmente, os negros não ascendem às carreiras mais disputadas do serviço público. A população brasileira é majoritariamente negra, mas apenas 20% do efetivo das carreiras de Estado. Precisamos parar o projeto da lei geral dos concursos para garantir cotas, até que essa situação seja revertida”, enfatizou.
Também estiveram presentes no evento, a deputada Adriana Accorsi (PT/GO), a deputada Professora Luciene Cavalcante (PSOL/RJ), o deputado Chico Alencar (PSOL/RJ) e outras lideranças do funcionalismo público.
*Informações/foto: Fonacate
